Como seria fácil conseguirmos resultados significativamente
diferentes desta maneira, não é mesmo? Na verdade, é um bom enigma pois, embora
não estejam relatando dados falsos, os resultados devem ser avaliados no
contexto de todos os outros dados obtidos. Se omitimos os resultados, eles
fornecem propositadamente um contexto falso. E devemos sempre fornecer
resultados verídicos para auxiliar as pesquisas, mesmo que o resultado não seja
o esperado.
A frase “não houve
diferença estatística significativa” soa quase como uma sentença de
morte para muitos pesquisadores. Perguntam-se: “não houve diferença
estatística significativa”? Eu fiz tudo certinho: calculei o tamanho da
amostra de forma correta, tive cuidado na coleta de dados, escolhi os testes
estatísticos adequados e agora todo o meu trabalho não servirá para nada? Os
resultados que encontrei não têm valor? Calma, não é bem assim!
Se com nossa pesquisa não
conseguimos descobrir qual é a explicação para um determinado fenômeno, ao
menos descobrimos qual explicação NÃO é. Por exemplo, um medicamento que não
deve ser utilizado para determinado tratamento. Isso é importante, pois
resultados negativos também são resultados, tão válidos quanto os positivos, e
sua publicação evita a duplicação de esforços, gerando economia de tempo e
recursos.
E, ao pensarem que resultado
negativo é ruim, muitos estudos inéditos e válidos para futuras pesquisas ficam
engavetados. Um ERRO!!! Existem revistas que publicam resultados negativos,
entre elas, o Journal of
Negative Results in Biomedicine, o Journal of Negative
Results – Ecology and Evolutionary Biology, o Journal of Pharmaceutical
Negative Results, o Journal
of Interesting Negative Results. Esse incentivo às publicações sem
diferenças significativas demonstram a importância de publicação de resultados
confiáveis, mesmo que não seja o que desejamos.
Portanto, ao se deparar com o “não
houve diferença estatística significativa”, ao invés de se desanimar, publique!
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