quinta-feira, 29 de junho de 2017

A significância do resultado estatisticamente não significativo

Por: Vanessa Resende Souza Silva (Doutoranda /PPIPA)



Como seria fácil conseguirmos resultados significativamente diferentes desta maneira, não é mesmo? Na verdade, é um bom enigma pois, embora não estejam relatando dados falsos, os resultados devem ser avaliados no contexto de todos os outros dados obtidos. Se omitimos os resultados, eles fornecem propositadamente um contexto falso. E devemos sempre fornecer resultados verídicos para auxiliar as pesquisas, mesmo que o resultado não seja o esperado.
 A frase “não houve diferença estatística significativa” soa quase como uma sentença de morte para muitos pesquisadores. Perguntam-se: “não houve diferença estatística significativa”? Eu fiz tudo certinho: calculei o tamanho da amostra de forma correta, tive cuidado na coleta de dados, escolhi os testes estatísticos adequados e agora todo o meu trabalho não servirá para nada? Os resultados que encontrei não têm valor? Calma, não é bem assim!
Se com nossa pesquisa não conseguimos descobrir qual é a explicação para um determinado fenômeno, ao menos descobrimos qual explicação NÃO é. Por exemplo, um medicamento que não deve ser utilizado para determinado tratamento. Isso é importante, pois resultados negativos também são resultados, tão válidos quanto os positivos, e sua publicação evita a duplicação de esforços, gerando economia de tempo e recursos.
E, ao pensarem que resultado negativo é ruim, muitos estudos inéditos e válidos para futuras pesquisas ficam engavetados. Um ERRO!!! Existem revistas que publicam resultados negativos, entre elas, o Journal of Negative Results in Biomedicine, o Journal of Negative Results – Ecology and Evolutionary Biology, o Journal of Pharmaceutical Negative Results, o Journal of Interesting Negative Results. Esse incentivo às publicações sem diferenças significativas demonstram a importância de publicação de resultados confiáveis, mesmo que não seja o que desejamos.
Portanto, ao se deparar com o “não houve diferença estatística significativa”, ao invés de se desanimar, publique!

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