quarta-feira, 14 de junho de 2023

A nova tecnologia: Vacinas de DNA

Vacinas de DNA

 Autores: Luisa Marielle Borges Duarte (Graduanda Biotecnologia), Bianca Soares de Oliveira Alcântara (Graduanda Biotecnologia) e Jhoan David Aguillón Torres (Doutorando PPIPA)

   Atualmente vem se tornando cada dia mais usual a aplicação de vacinas de DNA. As vacinas de DNA são constituídas por um plasmídeo de expressão que contém genes que codificam um ou mais antígenos imunogênicos de interesse. A inserção deste plasmídeo no organismo hospedeiro e consequentemente transfecção das células possibilita a geração in vivo dos alvos antigênicos desejados utilizando a própria maquinaria celular. Uma vez que esses plasmídeos recombinantes se encontram dentro da célula hospedeira o gene alvo será transcrito, processado e apresentado pelas células apresentadoras de antígenos (APCs), podendo ativar uma resposta imune celular e humoral.

   Desse modo, a nova tecnologia vem sendo intensamente estudada como uma formulação segura, visto que não é necessário a utilização do próprio patógeno para o imunizante. A técnica se baseia na utilização da maquinária celular do próprio hospedeiro para ativar a resposta imune a partir da informação genética que codifica os antígenos e produz os anticorpos.

   As vacinas de DNA têm algumas vantagens em relação às vacinas tradicionais, como: baixo custo de produção e manutenção, facilidade de transporte e armazenamento, capacidade de gerar resposta imune celular e humoral, e possibilidade de combinar vários antígenos em uma só vacina. No entanto, elas também apresentam alguns desafios, como: dificuldade em selecionar os genes mais adequados para cada agente infeccioso e ainda tem a necessidade de mais estudos para comprovar sua segurança e eficácia pois é uma tecnologia ainda em desenvolvimento.

A primeira vacina de DNA aprovada para uso emergencial em humanos foi a ZyCoV-D (Figura 1A), desenvolvida na Índia para combater a Covid-19. Essa vacina mostrou uma proteção de 67% contra casos sintomáticos da variante delta do Sars-CoV-2 e foi administrada em três doses com intervalo de 28 dias entre elas (Figuras 1B e 1C) (Dey et al., 2021). Outras vacinas de DNA estão sendo testadas para diferentes doenças, como malária, tuberculose, HIV e câncer.

 

   Figura 1. A.Plasmideo vacinal contendo a sequência da proteína spike. B. Titulação de anticorpos em camundongos BALB/C imunizados com duas doses diferentes (25 μg e 100 μg) da vacina de DNA após 28, 42 e 126 dias. C. Titulação de anticorpos em porcos da índia imunizados com duas doses diferentes (25μg e 100 μg) da vacina de DNA após 28 e 42.

 

Por tanto, torna-se significante o avanço nas pesquisas e sua divulgação para a população promovendo assim um aumento na taxa de vacinação e a diminuição do risco de possíveis futuras pandemias. 

Referencias:

Kano, F. S., Vidotto, O., & Vidotto, M. C. (2007). Vacina de DNA: aspectos gerais e sua aplicação na medicina humana e veterinária. Semina: Ciências Agrárias28(4), 709-726.

Dey, A., Rajanathan, T. C., Chandra, H., Pericherla, H. P., Kumar, S., Choonia, H. S., ... & Maithal, K. (2021). Immunogenic potential of DNA vaccine candidate, ZyCoV-D against SARS-CoV-2 in animal models. Vaccine39(30), 4108-4116.

 Diniz, M. D. O., & Ferreira, L. C. D. S. (2010). Biotecnologia aplicada ao desenvolvimento de vacinas. Estudos avançados24, 19-30.

 https://nexxto.com/vacina-rna-e-dna-afinal-qual-a-diferenca-entre-elas/

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário