Vacinas de DNA
Autores: Luisa Marielle Borges Duarte (Graduanda Biotecnologia), Bianca Soares de Oliveira Alcântara (Graduanda Biotecnologia) e Jhoan David Aguillón Torres (Doutorando PPIPA)
Atualmente vem se tornando cada dia mais
usual a aplicação de vacinas de DNA. As vacinas de DNA são constituídas por um
plasmídeo de expressão que contém genes que codificam um ou mais antígenos imunogênicos
de interesse. A inserção deste plasmídeo no organismo hospedeiro e
consequentemente transfecção das células possibilita a geração in vivo
dos alvos antigênicos desejados utilizando a própria maquinaria celular. Uma
vez que esses plasmídeos recombinantes se encontram dentro da célula hospedeira
o gene alvo será transcrito, processado e apresentado pelas células
apresentadoras de antígenos (APCs), podendo ativar uma resposta imune celular e
humoral.
Desse modo, a nova tecnologia vem sendo
intensamente estudada como uma formulação segura, visto que não é necessário a
utilização do próprio patógeno para o imunizante. A técnica se baseia na
utilização da maquinária celular do próprio hospedeiro para ativar a resposta
imune a partir da informação genética que codifica os antígenos e produz os
anticorpos.
As vacinas de DNA têm algumas vantagens em
relação às vacinas tradicionais, como: baixo custo de produção e manutenção,
facilidade de transporte e armazenamento, capacidade de gerar resposta imune
celular e humoral, e possibilidade de combinar vários antígenos em uma só vacina.
No entanto, elas também apresentam alguns desafios, como: dificuldade em
selecionar os genes mais adequados para cada agente infeccioso e ainda tem a necessidade
de mais estudos para comprovar sua segurança e eficácia pois é uma tecnologia
ainda em desenvolvimento.
A
primeira vacina de DNA aprovada para uso emergencial em humanos foi a ZyCoV-D (Figura
1A), desenvolvida na Índia para combater a Covid-19. Essa vacina mostrou uma
proteção de 67% contra casos sintomáticos da variante delta do Sars-CoV-2 e foi
administrada em três doses com intervalo de 28 dias entre elas (Figuras 1B e 1C)
(Dey et al., 2021). Outras vacinas de DNA estão sendo testadas para
diferentes doenças, como malária, tuberculose, HIV e câncer.
Figura 1. A.Plasmideo vacinal contendo a sequência
da proteína spike. B. Titulação de anticorpos em camundongos BALB/C
imunizados com duas doses diferentes (25 μg e
100 μg) da vacina de DNA após 28, 42 e 126 dias.
C. Titulação de anticorpos em porcos da índia imunizados com duas doses diferentes
(25μg e 100 μg) da
vacina de DNA após 28 e 42.
Por tanto, torna-se significante o avanço nas pesquisas e sua divulgação para a população promovendo assim um aumento na taxa de vacinação e a diminuição do risco de possíveis futuras pandemias.
Referencias:
Kano, F. S., Vidotto, O., & Vidotto, M. C. (2007). Vacina de DNA: aspectos gerais e sua aplicação na medicina humana e veterinária. Semina: Ciências Agrárias, 28(4), 709-726.
Dey, A., Rajanathan, T. C., Chandra, H., Pericherla, H. P., Kumar, S., Choonia, H. S., ... & Maithal, K. (2021). Immunogenic potential of DNA vaccine candidate, ZyCoV-D against SARS-CoV-2 in animal models. Vaccine, 39(30), 4108-4116.
Diniz, M. D. O., & Ferreira, L. C. D. S. (2010). Biotecnologia aplicada ao desenvolvimento de vacinas. Estudos avançados, 24, 19-30.
https://nexxto.com/vacina-rna-e-dna-afinal-qual-a-diferenca-entre-elas/
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