domingo, 25 de outubro de 2020

NEUROIMUNOLOGIA DA DOENÇA DE HUNTINGTON

Autores: Ludmilla Sousa Quirino (Graduanda em Biotecnologia), Mariana Laura Dias Silva (Graduanda em Medicina Veterinária) e Marco Miguel de Oliveira (Doutorando PPIPA)

 

A doença de Huntington (DH) é um distúrbio genético que leva a perda progressiva de neurônios, seguida de disfunções motoras, problemas cognitivos e distúrbios psiquiátricos. Ela é causada devido a repetições excessivas de nucleotídeos CAG no gene que codifica a huntingtina (HTT), resultando na produção de uma proteína mutante. A morte neuronal ocorre dado ao ganho de toxicidade da HTT mutante e neuroinflamação, que conjuntamente desencadeiam um ciclo vicioso de inflamação e neurodegeneração.

Análises postmortem de pacientes com DH, mostram a presença significante de micróglias e astrócitos ativados, bem como NF- B, IL-1 , IL-6, IL-8, IL-10 e TNF-  no tecido do sistema nervoso central. Na busca por biomarcadores para o monitoramento da progressão da doença, alguns padrões de inflamação em células periféricas também são achados significantes, sendo a presença excessiva de citocinas pró-inflamatórias e macrófagos um dos principais (Figura 1). A inflamação é provavelmente um evento precoce, que ocorre no paciente em até 15 anos antes do aparecimento dos primeiros sintomas.

O tratamento da DH é feito com o uso de anti-inflamatórios e anti-apoptóticos que atenuam as mudanças comportamentais e bioquímicas. Esses efeitos somados, são neuroprotetores e garantem a estabilização do quadro, embora não exista cura. O uso de canabinóides também tem sido estudado. Embora nosso conhecimento sobre o desenvolvimento da DH ainda seja escasso, a relação entre neuroinflamação e neurodegeneração deve ser melhor explorada, pois somente assim novas estratégias terapêuticas baseadas em moléculas com ação sítio-específica podem ser desenvolvidas.


Figura 1: Alterações imunológicas na doença de Huntington. Fonte: ROCHA et al. 2016.

                                                                                                                                                                                                                                                    REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

                                                                                                                                                                                                                                                                    ROCHA, N. P.; RIBEIRO, F. M.; FURR-STIMMING, E.; TEIXEIRA, A. L. Neuroimmunology of Huntington's Disease: Revisiting Evidence from Human Studies. Mediators of Inflammation, 2016. http://dx.doi.org/10.1155/2016/8653132

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