Origem
Os morcegos são reservatórios conhecidos de vários tipos de coronavírus e vários deles são causadores de doenças em humanos e animais domésticos sendo transmitido então entre essas espécies. Como a comercialização destes animais para consumo faz parte da cultura chinesa, isso facilita o contato e intensifica essa transmissão. Existe grande similaridade entre o SARS-CoV-2 e vírus encontrados em morcegos e pangolins, chegando em até 91% de similaridade genética, o que mostra as prováveis fontes de onde podem ter surgido e transmitidos à humanos e torna improvável sua criação em laboratório.
A subfamília Coronaviridae é dividida em 4 gêneros: Alfa-coronavírus, Beta-coronavírus, Gama-coronavírus e Delta-coronavírus sendo os dois primeiros capazes de infectar mamíferos e os dois últimos capazes de infectar aves e mamíferos, e o novo coronavírus pertence ao gênero Beta. Apesar da similaridade com o vírus carreado pelos morcegos, outros animais apresentaram variações do vírus e podem ser considerados hospedeiros intermediários, já que alguns contaminados tiveram contato com essas espécies selvagens, demonstrando também a capacidade adaptativa do vírus, que é altamente mutável.
Os coronavírus foram descritos a
primeira vez em 1966 por June Almeida, e a família (Coronaviridae) ganhou este nome por conta de sua morfologia, que
parece uma coroa (imagem 1).
Resposta imune
Percebe-se, com base em diversos
estudos, que de maneira geral a COVID-19 atua reduzindo a resposta imune,
principalmente de células T, porém o número de neutrófilos circulantes é muito
alto, assim como de citocinas pró-inflamatórias e biomarcadores de inflamação.
Além disso, a supressão da resposta imune está relacionada com a severidade do
caso, quanto mais severo, maior será a supressão. Mesmo com essa
característica, ainda é estranho obter essa quantidade de citocinas
inflamatória e a presença de neutrófilos, comuns em infecções bacterianas, por
isso acredita-se que a COVID-19, promove uma resposta hiper-inflamatória.
Essas características são expressas
nos exames de sangue, que demonstram leucopenia, com acentuada linfopenia e
neutrofilia, esse perfil não é ideal, porque a supressão da resposta imune
adaptativa dificulta a regulação da inflamação e o estado hiper-inflamado é um
fator que aumenta os riscos de mortalidade. O SARS-CoV-2 possui 4 proteínas
estruturais. O vírus reconhece a enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) e a
utiliza para acoplar às células humanas, principalmente do epitélio
respiratório. Para isso acontecer, a proteína estrutura Spike (S) deve ser
clivada por uma protease do hospedeiro, então se torna ativa, acopla nas
células e começa a replicar depois de passarem pela endocitose e serem introduzidos
no citoplasma.
Na célula, diversos receptores são
ativados pela presença do vírus e começam uma cascata de sinalização.
Entretanto, o vírus possui proteínas que inibem a ativação da resposta
antiviral, enquanto a resposta pró-inflamatória mediada por neutrófilos entra
em ação. A SARS-CoV-2 também inibe a produção de linfócitos T por se ligarem a
essa célula, mais especificamente a CD147, responsável por fazer a
multiplicação celular dessa linha de defesa, além da regulação dela, pelo mesmo
mecanismo de acoplamento com a proteína S.
Por isso, a COVID-19 é um alto risco
para a população mais velha, já que eles, naturalmente têm uma resposta imune e
quantidade de células T menores. Por outro lado, pacientes que possuem
problemas respiratórios prévios têm maior facilidade para desenvolver os
quadros severos da doença.
Consequências
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