Autores: Ludmilla
Sousa Quirino e Mariana Laura Dias Silva
Editor: Marco Miguel de Oliveira
(Doutorando PPIPA)
Os leucotrienos (LTs)
são uma classe de mediadores lipídicos conhecidos por seu papel na asma e alergias.
A biossíntese dos LTs é dependente da ação da enzima 5-Lipoxigenase e
disponibilidade do ácido araquidônico, que é um precursor do LTA4, LTB4,
LTC4, LTD4 e LTE4. A ação dos leucotrienos é
de grande importância nas respostas inatas e adaptativas, estando essas
moléculas envolvidas em processos inflamatórios, bem como a resistência e
susceptibilidade a infecções. Basicamente, os LTs auxiliam na quimiotaxia de
leucócitos e outras células, degranulação de neutrófilos, secreção de enzimas
lisossômicas, fagocitose e produção de óxido nítrico (NO).
Os LTs possuem um papel
importante tanto na resposta Th1 quanto na Th2, sendo a primeira relacionada a
resistência a infecções por protozoários e a segunda a helmintos,
respectivamente. A modulação ocasionada pelos LTs pode tanto ser benéfica ou
maléfica ao hospedeiro. A resposta a protozoários intracelulares como Leishmania spp., Plasmodium sp., Trypanosoma
cruzi e Toxoplasma gondii, por
exemplo, é caracterizada pela produção de citocinas inflamatórias (IL-12, TNF-
e IFN-
)
que ativam os fagócitos e os estimulam a produzir NO (Figura 1). Este mecanismo
de eliminação de patógenos é estimulado pela ação do LTB4, LTC4
e LTD4. No caso da malária, por exemplo, o LTC4 estimula
a depuração dos eritrócitos infectados, entretanto, a morte excessiva das
células sanguíneas leva ao desenvolvimento da anemia. Assim sendo, os LTs
também possuem um papel duplo, podendo ou não contribuir com a patogênese da
doença.
Figura
1: Modulação das respostas inata e adaptativa
pelos LTs durante a infecção dos protozoários. Fonte: ROGERIO; ANIBAL, 2012.
No caso das infecções
helmínticas ocasionadas por nematódeos como Ascaris
lumbricoides, Strongyloides spp.,
Enterobius vermicularis, Trichuris trichiura, Ancylostoma duodenale, Necator americanos, filarídeos e
platelmintos como Schistosoma mansoni
, a resposta imunológica frente a esses patógenos é característica do tipo Th2,
incluindo a produção de citocinas (IL-4, IL-5 e IL-13), quimiocínas, LTs e imunoglobulina
E (IgE, que se liga aos basófilos e mastócitos). Além disso, há uma forte participação
dos eosinófilos (Figura 2). O LTC4, por exemplo, leva ao aumento de
contratilidade das células musculares lisas intestinais e a hipersecreção de
muco, auxiliando na expulsão desses parasitos.
Figura
2: Modulação das respostas do sistema imune
inato e adaptativo em uma infecção por helmintos. Fonte: ROGERIO; ANIBAL, 2012.
Fica evidente, portanto,
a importância dos LTs nas respostas a protozoários e helmintos. Entretanto,
convém destacar que a biologia de cada parasito e patogenia de cada doença deve
ser entendida separadamente, pois muitas vezes um mesmo LT pode modular
diferentes tipos de resposta, quer seja Th1 ou Th2.
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA:
ROGERIO,
A. P.; ANIBAL, F. F. Role of leukotrienes on protozoan and helminth infections.
Mediators of Inflamation, 2012. http://dx.doi.org/10.1155/2012/595694
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