segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Diga-me o que comes que direi quem és

Autor: Fernando William Moreira Santana
Revisor(a): Mariana Ferreira Silva (Doutoranda PPIPA)

Os compromissos diários, falta de tempo e a própria cultura ocidental influenciam diretamente a nossa alimentação contribuindo para o consumo excessivo de ácidos graxos saturados, ômega-6, sal e açúcar refinado. A maioria das pessoas sabem que esse tipo de alimentação, se não moderada, pode ocasionar danos ao coração e aumento da quantidade de tecido adiposo (gordura) no corpo. O tipo de alimentação de cada indivíduo é um dos fatores que está intimamente relacionado ao sistema imunológico por isso, apresento abaixo os efeitos de alguns alimentos para o nosso sistema imune. 

Carboidratos
Estudos in vitro indicam que o consumo de carboidratos, como açúcares processados e simples, está diretamente ligado a uma redução da fagocitose pelos glóbulos brancos -células responsáveis pela resposta imunológica. Já foi comprovado também que os açúcares sacarina e a sucralose contribuem para o desenvolvimento de Colite de Crohn (doença intestinal) e Ulcerativa através da interferência na inativação homeostática de proteases digestivas.

Sal
O sal também influencia o sistema imune. Em testes com animais, o alto teor de sal pode aumentar a inflamação mediada por Interleucina-17 (IL-17) e pode agravar doenças auto-imunes, embora as previsões sobre como isso pode afetar os humanos devem ser vistas apenas como preliminares.

Ácidos graxos
Ácidos graxos saturados, ou gorduras, podem modificar as estruturas dos lipídeos das membranas das células do sistema imunológico, prejudicando a sua função. Nossas células do sistema imune possuem moléculas denominadas Toll- like receptors (TLR). Essas moléculas são responsáveis por se ligarem a partes do invasor e identifica-lo para que as células imunológicas sejam ativadas mais facilmente. O TLR4 é responsável pela detecção de lipopolissacarídeos (LPS). Como podem existir ácidos graxos palmítico e estérico saturados nas gorduras, os TLR4 podem gerar uma resposta imune inadequada, gerando um quadro inflamatório no organismo.

Ômega 3
Ômega-3 é um dos ácidos graxos que fogem a regra de serem maléficos ao organismo pois as gorduras poli-insaturadas ômega-3 (n-3) estão geralmente associadas a efeitos anti-inflamatórios. A dieta n-3 pode ter efeitos benéficos em uma variedade de condições inflamatórias como por exemplo no tratamento contra a aterosclerose e doença cardiovascular, inflamação intestinal e doenças alérgicas. A ingestão materna de n-3 durante a gravidez protege contra o desenvolvimento de doença alérgica e inflamatória em lactentes e crianças, enquanto dietas ricas em gorduras saturadas e / ou ômega-6 (n-6) foram associadas a um risco aumentado.          

Portanto, o que ingerimos no dia a dia influencia diretamente o nosso estilo de vida. Então, temos que nos conscientizar dos problemas gerados pela nossa alimentação e como isso poderá nos causar efeitos maléficos a longo prazo.

Referências Bibliográficas
MYLES, I. A. Fast food fever: reviewing the impacts of the Western diet on immunity. Nutrition Journal, 13:61, 2014.

Um comentário: