Editora: Caroline Martins Mota (PostDoc UFU/PPIPA)
As quimiocinas são proteínas
de baixo peso molecular (8-17 KDa) do grupo das citocinas, e são primordialmente
citocinas quimiotáticas que frequentemente estão associadas com inflamação por estarem
envolvidas na interação celular e tropismo neste tipo de situação. São
classificadas em quatro subfamílias de acordo com o arranjo dos dois resíduos
de cisteína da porção N-terminal: 1. CXC, cisteínas separadas por outro
aminoácido; 2. CC, cisteínas adjacentes; 3. CX3C, cisteínas separadas por três
outros aminoácidos; 4. C, onde os resíduos 1 e 3 são ausentes. O reconhecimento
dessas moléculas é realizado por Receptores Acoplados a Proteína G (GPCR), que
apesar de serem capazes de reconhecer diferentes quimiocinas, são específicos
para cada subfamília.
Apresentam
função quimiotática caracterizada pelo direcionamento do movimento de células
de acordo com a presença de substâncias no meio, e função homeostática, sendo
expressas constitutivamente em órgãos linfóides e atuando no controle da
migração celular de leucócitos (principalmente linfócitos e células dendríticas)
durante processos de crescimento e manutenção de tecidos. Já as quimiocinas de
função inflamatória são liberadas durante respostas imunes, e recrutam majoritariamente
neutrófilos e macrófagos para os sítios de lesão tecidual ou processos
infecciosos. Normalmente, pode ocorrer sobreposição das duas funções das
quimiocinas, pois há relatos da atuação dessas proteínas na angiogênese,
hematopoiese e em processos tumorais que evidenciam o papel das quimiocinas na
modulação da senescência e da sobrevida celular.
Além
disso, estudos mostram que os receptores de quimiocinas também são promissores
para o desenvolvimento de drogas: o receptor CCR5 é sabidamente um co-receptor importante
para a entrada do vírus HIV-1 nas células. Estão sendo elaboradas técnicas para
ruptura desse mecanismo, incluindo edição gênica e inibição com uso de
antagonistas - como o Maraviroc, para vírus R5-Trópico, droga aprovada pela FDA
(Food and Drug Administration, USA) que tem se mostrado segura para uso em
regimes de profilaxia pré-exposição. Portanto, a melhor investigação e entendimento
desta classe de citocinas podem facilitar no desenvolvimento de novas terapias
de diversas doenças, como câncer e síndrome da imunodeficiência adquirida
(AIDS).
Referências:
ZLOTNIK, Albert;
YOSHIE, Osamu. The chemokine superfamily revisited. Immunity, v. 36, n. 5, p. 705-716, 2012.
WOOLLARD, Shawna M.; KANMOGNE, Georgette D. Maraviroc:
a review of its use in HIV infection and beyond. Drug design, development and therapy, v. 9, p. 5447, 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário