segunda-feira, 28 de agosto de 2023

“REVELANDO AS COMPLEXIDADES DOS VÍRUS DA GRIPE: DAS AMEAÇAS SAZONAIS À IMUNIDADE UNIVERSAL.”

INFLUENZA

Autora: Ruth Opeyemi Awoyinka (Graduanda Biomedicina)


   Os vírus influenza são um problema significativo de saúde pública, causando infecções respiratórias que variam de leve a grave. Os vírus influenza sazonais, como H1N1, H3N2 e influenza B, resultam em milhões de casos graves e centenas de milhares de mortes a cada ano em todo o mundo. Além disso, os vírus da gripe aviária, como H5N1 e H7N9, podem levar a infecções zoonóticas. Esses vírus podem causar pandemias quando passam de animais para humanos, levando a morbidade e mortalidade generalizadas. As pandemias históricas incluem os surtos de H1N1 de 1918, H2N2 de 1957, H3N2 de 1968 e H1N1 de 2009.

   As pandemias ocorrem devido a vírus com novas glicoproteínas de superfície com as quais o sistema imunológico humano não está familiarizado. Essas glicoproteínas, hemaglutinina (HA) e neuraminidase (NA), sofrem alterações, conhecidas como deslocamento antigênico, causando rápida disseminação na população. As respostas de anticorpos desempenham um papel crucial na proteção contra a infecção pelo vírus influenza, particularmente contra HA, que possui diferentes sítios antigênicos em seu domínio de cabeça globular (WU; WILSON, 2020). Os anticorpos induzidos por infecção são geralmente mais amplos e de vida mais longa em comparação com os anticorpos induzidos por vacina. As respostas a outras proteínas virais como nucleoproteína (NP) e proteínas da matriz (M1, M2) são menos compreendidas, mas são observadas após a infecção natural. A resposta de anticorpos a essas proteínas varia em termos de amplitude e longevidade.

 

(KRAMMER, 2019)


   A idade e a exposição anterior influenciam a amplitude e a força das respostas dos anticorpos. O pecado antigênico original (OAS) é um fenômeno em que a exposição anterior afeta a resposta imune a uma nova cepa, muitas vezes levando a respostas de recuperação mais fortes contra cepas familiares. Compreender essas respostas é crucial para melhorar o desenvolvimento de vacinas, especialmente para gerar uma vacina universal contra influenza. A resposta imune à infecção pelo vírus influenza e vacinação é um processo complexo e multifacetado envolvendo vários tipos de vacinas e mecanismos imunológicos. Diferentes tipos de vacinas de vírus influenza tem sido usados historicamente, incluindo vacinas de vírus totalmente inativados, vacinas fragmentadas de vírus e subunitárias, vacinas de vírus influenza atenuadas vivas (LAIVs) e vacinas recombinantes baseadas em HA. Cada tipo de vacina provoca uma resposta distinta.


(KRAMMER, 2019)


   As respostas aos vírus influenza pandêmicos e zoonóticos revelam os desafios colocados por novas cepas de vírus. A exposição a tais cepas desencadeia respostas de recordação direcionadas a epítopos conservados, levando à proteção. Esforços estão em andamento para desenvolver a próxima geração de vacinas universais contra o vírus influenza que forneçam imunidade ampla e duradoura. Isso inclui vacinas direcionadas ao talo de HA, epítopos conservados e respostas de células T (SONG et al., 2022).

   Em conclusão, a resposta imune à infecção pelo vírus influenza e à vacinação é complexa e envolve vários fatores. Os avanços na concepção de vacinas e na compreensão dos mecanismos imunológicos têm o potencial de desenvolver vacinas universais contra influenza que conferem proteção duradoura contra diversas cepas de vírus.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

KRAMMER, Florian. The human antibody response to influenza A virus infection and vaccination. Nature Reviews Immunology 2019 19:6, [s. l.], v. 19, n. 6, p. 383–397, 2019. Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41577-019-0143-6.

SONG, Yufeng et al. Layered protein nanoparticles containing influenza B HA stalk induced sustained cross-protection against viruses spanning both viral lineages. Biomaterials, [s. l.], v. 287, 2022. Disponível em: https://www.sciencedaily.com/releases/2022/07/220708162751.htm.

WU, Nicholas C.; WILSON, Ian A. Influenza Hemagglutinin Structures and Antibody Recognition. Cold Spring Harbor Perspectives in Medicine, [s. l.], v. 10, n. 8, p. 1–20, 2020. Disponível em: /pmc/articles/PMC7397844/.

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