segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Influência do suor em alergias cutâneas

Por: Sabrina Laís Bispo Magalhães
Editor: Eliézer Lucas Pires Ramos (Professor)

O suor exerce papel importante na pele, sendo um dos responsáveis pela regulação térmica, homeostase e hidratação. Recentemente, foi descrito sua contribuição para o agravamento de doenças alérgicas, como a dermatite atópica (DA) e a urticária colinérgica. A influência do suor nessas patologias foi constatada por meio de testes cutâneos intradérmico e teste de liberação de histamina pelo suor realizados em pacientes alérgicos que indicaram hipersensibilidade mediada por IgE aos constituintes do suor.

Dermatite Atópica e Urticária Colinérgica:
A dermatite atópica, é uma doença caracterizada por irritação na pele e prurido em regiões com intensa sudorese, tais como fossa cubital, fossa poplítea e pescoço. É uma doença crônica de origem genética, na qual fatores externos como a presença de ácaros, animais e alimentos contribuem para o desenvolvimento de lesões.
A urticária colinérgica é caracterizada pelo aparecimento de pápulas eritematosas e pruriginosas após estímulos que induzam a elevação da temperara corporal, como a transpiração durante prática de exercícios físicos, banho em água quente e estresse emocional.

Microbiota da pele e o suor:
A microbiota da pele é constituída principalmente por bactérias e fungos, que contribuem para a manutenção do organismo. O fungo Malassezia, abundante na epiderme foi identificado como um dos contribuintes para a exacerbação de alergias, pois a presença do suor favorece a sua proliferação.
A molécula MGL-1304, secretada pelo fungo Malassezia é a responsável por induzir a liberação de histamina em basófilos de indivíduos com dermatite atópica e urticária colinérgica. Essa molécula quando secretada, interage com o sistema imune em regiões que apresentem as lesões, induzindo a produção de IgE especifica e ativação de linfócitos.
Ainda é incerto se a alergia ao suor, definida como hipersensibilidade do tipo I, é causada e exacerbada por fatores endógenos como o pH, proteínas e citocinas pró-inflamatórias ou pela presença de fatores exógenos, neste inclui a proteína secretada pelo fungo M. globosa da espécie Malassezia, que induz a resposta imune e agravamento das lesões.


Referencias:
Takahagi S, Tanaka A, Hide M. Sweat allergy. Allergol Int. 67(4):435-441, 2018




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