AUTORES: Alessandra Monteiro Rosini, Thádia Evelyn de Araújo, Iliana Claudia Balga Milián, Marina Aparecida Soares, Idessania Nazareth da Costa (Laboratório de Imunofisiologia da Reprodução da UFU)
EDITOR: Vinícius José de Oliveira (Doutorando PPIPA)
A nanotecnologia é o estudo de partículas em escalas nanométricas (1 a 100 nm) utilizadas em diferentes campos. Uma dessas áreas é a medicina, que oferece novas oportunidades no desenvolvimento de terapias e diagnósticos, através da utilização de nanomaterias como estratégias de intervenção. Com isso, os avanços tecnológicos juntamente com a pesquisa estão utilizando a nanotecnologia em terapias como um novo modelo, sendo aplicadas para entender a respeito de várias doenças relacionadas à interface materno-fetal como, a passagem de alguns fármacos através da barreira placentária alcançando células alvos, combate a alguns patógenos presentes nos compartimentos placentários, testes citotóxicos dessas nanomatérias, entre outros estudos. Alguns exemplos de doenças tratadas por nanopartículas citadas na literatura incluem a pré-eclâmpsia, gravidez ectópica e algumas infecções congênitas, como a toxoplasmose. Para o estudo dessas doenças podem ser utilizados diversos modelos celulares, que mimetizam o ambiente placentário.
Nisso, alguns modelos experimentais utilizados na avaliação do uso desses componentes na placenta, são:
-A placenta perfusada: modelo ex vivo que utiliza o órgão inteiro para avaliação de quais componentes são transferidos para o feto e quais permanecem na placenta, e se determinado componente é tóxico.
-Vilos coriônicos: modelo ex vivo que utiliza explantes de placenta em cultura.
-Modelos celulares (células primárias, linhagens BeWo, HTR-8/SVneo, JEG-3 e HUVEC):
modelos in vitro utilizados para a avaliação da resposta celular na interação com as nanopartículas.
Dentre as células que lembram o ambiente placentário para estudo das nanopartículas, temos: as células trofoblásticas denominadas como, BeWo que se assemelham ao citotrofoblasto, sendo capazes de formar monocamadas; não se diferenciarem em sinciciotrofoblasto espontaneamente e crescer rapidamente em cultura, são ótimos modelos experimentais (modelo placentário) para uso de nanopartículas poliméricas na avaliação do transporte transplacentário de fármacos e tratamento de taquiarritmias e insuficiência cardíaca.
Outro modelo de citotrofoblasto são as células JEG-3, que possuem vários receptores de membrana essenciais para a resposta imune, excelente modelo para uso de nanopartículas magnéticas e de polímeros lipídicos usadas no tratamento de alguns tumores.
As células de trofoblasto extraviloso HTR-8/SVneo, que participam do processo de invasão e migração em direção a decídua materna, também ótimos modelos para estudos com nanopartículas de poliamidaamina usadas no tratamento de pré-eclâmpsia. E por fim as células endoteliais da veia umbilical humana (HUVEC) utilizadas como modelo para estudos que envolvem angiogênese. Elas apresentam papel importante na regulação de várias funções fisiológicas e imunológicas, além da placentação, e são excelentes no tratamento com nanopartículas de polímero lipídico e de ouro contra tumores e lesão ocular, respectivamente.
Os modelos apresentados que simulam a interface materno-fetal possibilitam o estudo das nanopartículas nesse microambiente placentário, podendo ser utilizados na avaliação de novos protocolos terapêuticos contra patógenos, e no desenvolvimento de ferramentas diagnósticas durante a gestação.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS
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