terça-feira, 15 de maio de 2018

Doenças reemergentes: uma volta ao passado...


Por: Vanessa dos Santos Miranda
Doutoranda em Imunologia e Parasitologia Aplicadas

Doenças reemergentes são aquelas que eram consideradas controladas, mas que sofrem uma alteração no seu perfil de morbidade e mortalidade relacionada ao acometimento de novos indivíduos. Com o avanço das pesquisas e da tecnologia empregada na área científica esperava-se que algumas doenças que foram consideradas problemas graves de saúde pública no passado fossem extintas. No entanto, não é este o cenário que estamos vivendo.
            Com causa multifatorial, enfrentamos no Brasil a reemergência de doenças infecciosas como febre amarela, malária, dengue e por aí vai. A lista de fatores que levam ao reaparecimento de tais doenças é extensa, mas dentre os mais importantes encontram-se a identificação de novos agentes infecciosos, introdução de agentes já conhecidos em novas populações de hospedeiros suscetíveis, alterações ambientais, aumento da globalização (o chamado “vetor cultural”), mutações de microrganismos, dentre outros. No nosso caso especificamente, sofremos ainda com a péssima estrutura do sistema público de saúde e com a falta de atualização das estratégias que formariam barreiras contra a disseminação das doenças.
     Parece desesperador, concordo, mas há como controlar essa situação. Primeiramente, precisaríamos fortalecer a vigilância epidemiológica, incluindo o melhoramento de técnicas diagnósticas, do sistema de notificação de casos e capacitação adequada dos profissionais de saúde. Incentivo governamental ($$$) à pesquisa de novos agentes infecciosos, bem como mutações de patógenos já conhecidos também seria fundamental. São necessárias campanhas de vacinação e disseminação de informação que atinja boa parcela da população. A atual crise econômica brasileira não é propícia ao desenvolvimento de barreiras contra a disseminação de doenças, mas acho que está na hora de darmos atenção maior a este assunto, colocando-o na lista de prioridades. Afinal, como diz o ditado, antes prevenir que remediar!




Fonte: Vigilância e Resposta às emergências de saúde pública e RSI. George Santiago Dimech.

Referências


A emergência das doenças emergentes e as doenças infecciosas emergentes e reemergentes no Brasil. Expedito J. A. Luna. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v5n3/03.pdf

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