Por: Vanessa Resende Sousa Silva (Doutoranda PPIPA)
A demência da doença de Alzheimer
(DA) é um grave problema de saúde pública, que se agrava com o envelhecimento. É
uma doença que provoca progressiva e implacável deterioração das funções
cerebrais, como perda de memória, da linguagem, da razão e da habilidade de
cuidar de si próprio. A fisiopatologia da DA é caracterizada por placas senis
que contêm depósitos de peptídeo βamiloide (βA) e emaranhado neurofibrilares
que contém proteína Tau hiperfosforilada (p-Tau), levando perda sináptica,
morte neuronal e alterações funcionais de redes neurais. Estudos apontam que
mediadores inflamatórios, como as citocinas, desempenham um importante papel na
produção e regulação das proteínas βA e p-Tau. As proteínas
βA e p-Tau ativam células da glia
(micróglia e astrócitos) incitando/estimulando resposta inflamatória e
consequentemente liberação de neurotoxinas e citocinas, funcionando como um
agente pró-inflamatório.
Existem vias de comunicação entre o cérebro e o
sistema imune periférico que podem estar alteradas desde a fase pré-demencial,
favorecendo ou não a progressão da doença, decorrente disso a inflamação
sistêmica também tem sido associada com a cognição e morfologia cerebral. Estudos
mostram que pacientes que apresentaram as citocinas IL12, TNF-α e IL-6
apresentaram maior comprometimento neural. Já pacientes com DA em que foram
detectados as citocinas IL-12, IL-6, IL-10 e TNF-α apresentaram maior volume do
hipocampo, menos βA e diminuição na. Resultados de pesquisa indicam uma
possível relação entre o perfil de inflamação sistêmica e os biomarcadores da
DA. Além disso, exames post mortem em
cérebros de pacientes com DA revelaram presença abundante de mediadores
inflamatórios, como citocinas pró-inflamatórias, (IL-1 β, IL-6) e fator de necrose
tumoral – alpha (TNF-α), mostrando que os processos inflamatórios têm sido cada
vez mais implicados na progressão da fisiopatologia da DA.
A inflamação periférica tem sido associada com a
cognição e estrutura cerebral no envelhecimento, processo chamado
"inflammaging". Vários estudos observaram que os níveis de citocinas
pró-inflamatórias (tanto periféricas quanto liquóricas) como, por exemplo,
IL-6, TNF-α e proteína C reativa (PCR), estão associadas ao declínio cognitivo
dos pacientes. Entender o sistema imunológico permite a elaboração de novos
tratamentos, os quais trazem esperança para a cura dessa doença que apaga as
lembranças de uma vida inteira.
Enquanto não há um tratamento eficaz contra a DA, as
indicações para retardar essa doença são: praticar jogos de estratégia,
praticar exercícios 30 minutos por dia, dormir 8 horas por dia, manter a
pressão arterial controlada e manter uma dieta cetogênica. Cuide-se!
MAGALHÃES, Thamires Naela Cardoso et al. SYSTEMIC INFLAMMATION
AND ALZHEIMER’S DISEASE BIOMARKERS. Alzheimer's & Dementia: The
Journal of the Alzheimer's Association, v. 13, n. 7, p. P985-P986, 2017.
ROCHA, Natália Pessoa et al. Processo
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