Por: Tamires Lopes Silva (doutoranda PPIPA)
Elucidar
a composição e funções da microbiota intestinal humana está sendo cada vez mais
importante e com isso o conhecimento acerca do tema vem crescendo
exponencialmente nos últimos anos.
Sabe-se que a microbiota está diretamente relacionada com o hospedeiro,
podendo ser altamente variável. Ainda, se a variabilidade da microbiota for
perdida, ocorrerá um impacto negativo na saúde.
Como exemplo, alterações da microbiota estão no cerne da patogenia das
doenças inflamatórias intestinais. Ainda, distúrbios da microbiota são fatores primordiais para o desenvolvimento da obesidade e a sua transferência pode tratar ou desencadear obesidade de acordo com
o microbioma adotado. Além disso, a superexpressão de Fusobacterium nucleatum
está correlacionada com adenomas e cânceres do cólon. Por fim, a disbiose pode
levar a hepatite. Este último
caso pode ser explicado pelo fato de que
a microbiota intestinal, além de influenciar na absorção e descarte de nutrientes para o
fígado, pode também desencadear o desenvolvimento de “endotoxemia metabólica”, bem como a ativação de receptores Toll-Like, o que induz a produção de citocinas inflamatórias
pelas células hepáticas e, assim, inicia-se inflamação e fibrogênese, o que caracteriza a esteato-hepatite não
alcoólica (NASH). Sabendo do efeito da microbiota na NASH, Kobyliak e
colaboradores desenvolveram um estudo no
qual induziram e estudaram o modelo de doença hepática gordurosa não alcoólica -
NAFLD induzido por glutamato monossódico (MSG) em ratos Wistar para verificar
os efeitos benéficos do tratamento com probiótico Symbiter em ômega-3. Com esse
propósito, os animais foram divididos em 4 grupos, sendo eles: um grupo
saúdavel, um grupo com NAFLD sem tratamento,
um grupo com NAFLD tratado com
Symiter e outro grupo com NAFLD tratado com Symiter e ômega-3. Como
resultado, observou-se uma redução total do escore de NAS (score de atividade da
NAFLD) de ambos os grupos tratados.
Entretanto, a suplementação de probiótic com ômega-3 levou a uma redução 20% maior no escore de esteatose (0,73 ±
0,11 vs 0,93 ± 0,22, p = 0,848) e redução de 16,6% do conteúdo de triglicérides
no fígado quando comparado ao probiótico isolado. Ainda, tanto o probiótico
quanto sua combinação com ômega-3 levaram à diminuição do nível de citocinas
pró-inflamatórias ( IL-1β e IL-12) e pela ativação do sistema anti-inflamatório
(TGF-B), o que resultou na atenuação da
inflamação. Podemos concluir que probióticos podem ajudar na promoção não
somente da saúde intestinal, mas de outros sistemas. Ainda, recuperar a
microbiota continua sendo uma opção atraente para tratamento de algumas doenças.
Referências:
KOBYLIAK, Nazarii, et al. Probiotics supplemented with omega-3 fatty acids are more effective for hepatic steatosis reduction in an animal model of obesity. Probiotics and antimicrobial proteins, 2017, 9.2: 123-130.
https://www.google.com.br/searchiw=1093&bih=490&tbm=isch&sa=1&ei=_S1VW_n5Kcr4wATN0aKIBw&q=pr%C3%B3bioticos+beneficios&oq=pr%C3%B3bioticos+beneficios&gs_l=img.3...4608.4608.0.4977.1.1.0.0.0.0.112.112.0j1.1.0....0...1c.1.64.img..0.0.0....0.fxK8D-ONIAE#imgrc=esCBSN2FMQIWDM:
Nenhum comentário:
Postar um comentário