Editora: Mariana Ferreira Silva (PPIPA/UFU)
Sempre ouvimos falar que exercício físico é recomendado para a melhoria da saúde, que previne e ajuda a controlar doenças, tais como obesidade e diabetes, que traz benefícios estéticos e musculares. Além todos esses já citados, o exercício físico em intensidade e volume de treino adequados auxilia o nosso sistema imune. Estudos relatam que o exercício físico afeta a competência do sistema imunológico, incluindo o tráfico de células induzido por hormônios e a influencia direta dos hormônios do estresse, prostaglandinas, citocinas e outros fatores.
A
intensidade, duração e a frequência do exercício exercem papel chave na
determinação das respostas imunes a um esforço, podendo aumentar ou reduzir tal
função do sistema imune. O exercício moderado (até 70% do VO2 máx),
influencia na função dos neutrófilos, modificando a quimiotaxia, a degranulação
e a sua atividade oxidativa. Já o exercício intenso e de longa duração diminui
a capacidade oxidativa dos neutrófilos.
O
exercício físico afeta a produção sistêmica de citocinas, principalmente o
fator de necrose tumoral (TNF-α), interleucina 1 beta (IL-1β), e a IL-6, que é
uma citocina pró-inflamatória possui relação com a quantidade de glicogênio
muscular e a regulação da homeostasia da glicose sanguínea durante os
exercícios de longa duração. Sabe-se que esta citocina possui a atividade
sinalizadora para o aumento do oferecimento de substrato energético,
principalmente do fígado e do tecido adiposo, quando as concentrações
intramusculares de energia se encontram escassas.
Deve-se ressaltar que com relação a
produção linfocitária, os linfócitos T supressor/citotóxico (CD8+) apresentam
aumento de 50 a 100% após o exercício agudo, já em exercícios extenuantes (alta
intensidade) é relatada diminuição da proliferação. A inibição da proliferação
linfocitária é decorrente, principalmente, da ação da epinefrina e do cortisol.
As células natural killer (NK),
população de origem linfoide, são aquelas que demonstram maiores alterações
frente ao exercício (aumento de 150 a 300% em número no sangue periférico), e
tais alterações ocorrem tanto em atletas idosos como em jovens.
Além disso, o exercício físico demonstrou
reduzir a incidência de câncer e inibir o crescimento tumoral. Esses parâmetros
são, obviamente, de significância direta para os pacientes com câncer e,
evidências indicam que o exercício está diretamente ligado ao controle da
biologia do tumor. Sabe-se que a incubação do soro de pacientes que praticam
exercícios com células tumorais diminuindo a proliferação dessas células. Vale
ressaltar que em pacientes com câncer
que realizam atividade física houve o maior recrutamento de mediadores
inflamatórios, aumentando o infiltrado de células NK e, portanto, contribuindo
para a melhoria do resultado clínico.
Desta forma, percebe- se a importância de
fazer um exercício físico adequado sendo que os de alta intensidade além de
levar ao overtraning com lesões
musculoesqueléticas, podem causar efeitos não desejados no sistema imune, porém
o exercício moderado feitos de forma correta, são de grande importância para
uma melhor resposta do sistema imune.
Referências
Bibliográficas:
TERRA,
Rodrigo et al . Efeito do exercício no sistema imune: resposta, adaptação e
sinalização celular. Rev Bras Med Esporte, São Paulo ,
v. 18, n. 3, p. 208-214, June 2012 .
Hojman,
Pernille et al. Molecular Mechanisms Linking Exercise to Cancer Prevention and
Treatment. Cell Metabolism, 2018.
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