quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Benefícios dos exercícios físicos para o sistema imune

Por: Bárbara Messias Pereira (Medicina/UFU) e Agnes Ramos Guirelli (Fisioterapia/UFU)
Editora: Mariana Ferreira Silva (PPIPA/UFU)


Sempre ouvimos falar que exercício físico é recomendado para a melhoria da saúde, que previne e ajuda a controlar doenças, tais como obesidade e diabetes, que traz benefícios estéticos e musculares. Além todos esses já citados, o exercício físico em intensidade e volume de treino adequados auxilia o nosso sistema imune. Estudos relatam que o exercício físico afeta a competência do sistema imunológico, incluindo o tráfico de células induzido por hormônios e a influencia direta dos hormônios do estresse, prostaglandinas, citocinas e outros fatores.
            A intensidade, duração e a frequência do exercício exercem papel chave na determinação das respostas imunes a um esforço, podendo aumentar ou reduzir tal função do sistema imune. O exercício moderado (até 70% do VO2 máx), influencia na função dos neutrófilos, modificando a quimiotaxia, a degranulação e a sua atividade oxidativa. Já o exercício intenso e de longa duração diminui a capacidade oxidativa dos neutrófilos.
 O exercício físico afeta a produção sistêmica de citocinas, principalmente o fator de necrose tumoral (TNF-α), interleucina 1 beta (IL-1β), e a IL-6, que é uma citocina pró-inflamatória possui relação com a quantidade de glicogênio muscular e a regulação da homeostasia da glicose sanguínea durante os exercícios de longa duração. Sabe-se que esta citocina possui a atividade sinalizadora para o aumento do oferecimento de substrato energético, principalmente do fígado e do tecido adiposo, quando as concentrações intramusculares de energia se encontram escassas.
Deve-se ressaltar que com relação a produção linfocitária, os linfócitos T supressor/citotóxico (CD8+) apresentam aumento de 50 a 100% após o exercício agudo, já em exercícios extenuantes (alta intensidade) é relatada diminuição da proliferação. A inibição da proliferação linfocitária é decorrente, principalmente, da ação da epinefrina e do cortisol. As células natural killer (NK), população de origem linfoide, são aquelas que demonstram maiores alterações frente ao exercício (aumento de 150 a 300% em número no sangue periférico), e tais alterações ocorrem tanto em atletas idosos como em jovens.
Além disso, o exercício físico demonstrou reduzir a incidência de câncer e inibir o crescimento tumoral. Esses parâmetros são, obviamente, de significância direta para os pacientes com câncer e, evidências indicam que o exercício está diretamente ligado ao controle da biologia do tumor. Sabe-se que a incubação do soro de pacientes que praticam exercícios com células tumorais diminuindo a proliferação dessas células. Vale ressaltar que  em pacientes com câncer que realizam atividade física houve o maior recrutamento de mediadores inflamatórios, aumentando o infiltrado de células NK e, portanto, contribuindo para a melhoria do resultado clínico.
Desta forma, percebe- se a importância de fazer um exercício físico adequado sendo que os de alta intensidade além de levar ao overtraning com lesões musculoesqueléticas, podem causar efeitos não desejados no sistema imune, porém o exercício moderado feitos de forma correta, são de grande importância para uma melhor resposta do sistema imune.

Referências Bibliográficas:
TERRA, Rodrigo et al . Efeito do exercício no sistema imune: resposta, adaptação e sinalização celular. Rev Bras Med Esporte,  São Paulo ,  v. 18, n. 3, p. 208-214,  June  2012 .

Hojman, Pernille et al. Molecular Mechanisms Linking Exercise to Cancer Prevention and Treatment. Cell Metabolism, 2018.

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