terça-feira, 21 de novembro de 2017

Câncer e o Sistema Imunológico – Uma abordagem sobre Imunoterapias.

Por: Mariele de Fátima Alves Venâncio (Biotecnologia/UFU)
Editor: Patrício da Silva Cardoso Barros (PPIPA/UFU)

O câncer, definido de maneira concisa, trata-se de um conjunto de doenças caracterizadas pelo crescimento anormal de células. Essas células perdem seus pontos de regulação do ciclo e começam a sofrer um rápido processo de crescimento desordenado. Esse aglomerado celular cria um microambiente que se torna um disfarce para o sistema imunológico, pois quando o tumor é detectado se inicia uma intensa ação efetuada principalmente por linfócitos T-CD8 (células citotóxicas) e/ou células NK. 


Pois bem, se o crescimento desordenado acontece quando há uma falha no sistema imunológico em reconhecer e combater o tumor, uma técnica de tratamento do câncer poderia ser estimular de forma específica o sistema imunológico para reconhecer e combater o câncer. A partir dessa ideia, surgiram as imunoterapias como tratamento auxiliar de alguns tipos de câncer.
Sabemos que as células cancerígenas pertencem ao próprio organismo, o que se transforma em uma barreira difícil de ser superada, pois como combater as células tumorais sem combater as outras células do organismo? As células tumorais apresentam antígenos específicos ou antígenos associados ao tumor, que não estão presentes nas células normais. Partindo desse princípio surgiu a imunoterapia passiva que utiliza a especificidade de anticorpos e receptores de células T (TCR) para marcar antígenos selecionados nas células tumorais, o que é uma forma de ativar o sistema imunológico sem causar danos às células normais.
Outra forma do tumor se camuflar é através da inibição de sinais de inflamação, como moléculas estimulatórias e citocinas. Quando o sistema imunológico detecta vírus ou bactérias, inicia-se a liberação de sinais de inflamação para o controle da infecção. No entanto, após o controle da infecção é preciso que haja sinais de parada. O tumor usa esse mecanismo de desligamento com a finalidade de não ser controlado pelo sistema imune. Com isso surgiu a imunoterapia que utiliza inibidores de CTLA4 e PD1. Esses inibidores agem impedindo que as células de defesa sejam desativadas, mantendo assim um ataque constante.
Existem muitos estudos nessa área, há muito o que se estudar e desenvolver, mas os imunoterápicos são uma grande aposta para o tratamento de várias doenças, principalmente no tratamento de câncer, em que se tornou uma abordagem muito interessante a se seguir.

Um comentário:

  1. Qual a referência dessa imagem?
    Basearam algum artigo pra descrever esse posts?
    Parabéns pelo blog da Liga! Muito tenho divulgado muitos links prós meus alunos irem lendo. :)

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