Por: Ana Paula Mendes Muniz (Biomedicina/UFU)
Editor: Heber Leão Silva Barros (PPIPA/UFU)
As IgY são imunoglobulinas
encontradas em aves. Em galinhas é encontrado em grande quantidade nos ovos. De
uma gema de ovo obtem-se aproximadamente 4 mg/mL de anticorpos IgY com alta
pureza. Assim, é possível imunizar esses animais com o antígeno de interesse e purificar
anticorpos IgY específicos para esse antígeno a partir dos ovos.
Os anticorpos
IgY apresentam potencial uso em diversos protocolos dentro da imunologia, como
profilaxia, tratamento e no diagnóstico de doenças veterinárias e humanas, bem
como na pesquisa básica e aplicada.
Algumas das vantagens de se
utilizar o IgY são: menor custo de produção; não são necessários processos
invasivos e eutanasiar o animal; não ocorrem reações indesejáveis com o fator
reumatóide e complemento; a quantidade de anticorpos presente em uma gema
de ovo é três vezes maior do que a encontrada no volume correspondente de
soro de coelho, por exemplo; facilidade e a rapidez na purificação dos
anticorpos.
Alguns
exemplos de estudos com o uso de anticorpos IgY são:
·
Pesquisadores do Laboratório de Desenvolvimento
Tecnológico em Virologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) adaptaram um
teste imunoenzimático, a fim de torná-lo mais simples, barato e bioético,
substituindo a imunoglobulina G (IgG), obtida a partir de mamíferos imunizados,
pela imunoglobulina Y (IgY).
·
O Instituto Butantã tem conduzido estudos para a
utilização de IgY específico ao veneno de Bothrops, como uma
alternativa ao soro anti-ofídico produzidos em cavalos.
·
Alguns estudos propõem que a
administração oral de IgY específica pode prevenir o desenvolvimento de úlcera
gástrica por Helicobacter pylori e enterites por Escherichia coli e
rotavírus. Segundo eles, esses anticorpos se ligariam aos patógenos e o
complexo antígeno-anticorpo não seria absorvido e, sim, eliminado juntamente
com as fezes.
Referências:
MUNHOZ, Lívia Silveira et al. Anticorpos IgY
aviário: características e aplicações em imunodiagnóstico. Cienc.
Rural [online]. 2014, vol.44, n.1, pp.153-160. ISSN 1678-4596.
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-84782014000100025.
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