Por:
Flávia Batista Ferreira França, Vanessa dos Santos Miranda (Doutorado/PPIPA) e
Jacqueline Pádua de Queiroz (Mestrado/PPIPA).
Editor-chefe:
Tiago Mineo
Fonte: princetoninnovation.org
A utilização de marcadores fluorescentes nos últimos anos
vem ganhando destaque na experimentação cientifica, facilitando a visualização
de estruturas biológicas que interessam de acordo com a pesquisa desenvolvida.
Com isso, surge a necessidade de aprimoramento deste método, para que a
visualização de marcadores seja cada vez mais clara, objetiva e específica.
A partir de pesquisas relacionadas a área de
nanotecnologia, foi possível o desenvolvimento de nanopartículas dos quais
derivam os quantum dots (QDs): nanocristais fluorescentes não só utilizados na
área da pesquisa biológica, mas também como uma técnica que traz mais brilho ao
LCD. Sim! Aquele da televisão, emitindo cores mais vivas. Na área biológica, os
QDs são utilizados como ferramentas para visualização de processos celulares em
tempo real, sendo desejado pelos pesquisadores por serem altamente estáveis e
possuírem melhor desempenho do que os fluorocromos tradicionais, como
biomarcadores in vivo e in vitro. Além disso, são encapsulados em polímeros
anfifílicos, possibilitando o direcionamento de drogas para protocolos
terapêuticos.
Com uma capacidade multifuncional e resistência a
degradação química e enzimática, os QDs podem ser complexados simultaneamente a
vários diversos alvos, como anticorpos, peptídeos e ácidos nucléicos,
aumentando a efetividade e a acurácia no estudo de diversas patologias. A
flexibilidade de marcações em diferentes espectros também é um diferencial,
pois os QDs podem ser sintetizados para emissão de fluorescência que varia do
infravermelho ao ultravioleta, de acordo com sua variação de tamanho.
As
possibilidades de uso dos nanocristais não param por aí: pesquisadores estão
pesquisando sobre técnicas em que os QDs serão utilizadas no rastreamento de
antígenos tumorais, no entendimento dos mecanismos de liberação de fármacos
dentro das células, bem como acoplados a anticorpos para ensaios de citometria
de fluxo e cell sorting. QDs conjugados à IgG anti-Her2, marcador
frequentemente encontrado na superfície de células de carcinoma mamário, foram
mais visíveis e fotoestáveis, em comparação com corantes orgânicos. Metodologia
semelhante foi utilizada para triagens de novas classes de medicamentos
anti-malária, marcando diretamente eritrócitos infectados com Plasmodium falciparum, nos
quais os nanocristais funcionam como uma sonda para o rastreio de fármacos e
análise da sensibilidade dos mesmos por citometria de fluxo.
Impulsionada por seu potencial, a ciência por trás dos QDs
vem sendo constantemente aprimorada, refinando-se a síntese dos compostos para
que estes nanocristais possam ser utilizados em uma gama cada vez mais vasta de
protocolos laboratoriais e terapêuticos.
Referências
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application of quantum dots (QD) in cancer therapy: A review. Mini Review in
Medical Chemistry, 2017.
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WU, Xingyong et al. Immunofluorescent
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Zare, B.; Nami, M.; Shahverdi, A.R.
Trancing tellurium and its nanostructures in biology. Biol Trace Elem Res, 2017.
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